Minha homenagem à SAMPA!!! Em poesia e Arte...
Berço Adrenalítico
Dezembro de 1996, sobrevoando a 400 km/h, prestes a descer
em Congonhas, vejo a grande São Paulo, tal qual, caixinha de jóias, ou contos
das Mil e Uma Noites. Pela janela do boing, sinto meu coração disparar... Já a
tinha visto de outras vezes... Mas a chegada definitiva nesta Terra, que recebe
de braços abertos, generosa e austera, me tornou apaixonada por ela.
Carioca,
banhada pelo sol, trazendo na bagagem o azul do mar, a poesia da Bossa Nova, a
ginga da mulata... Consigo sentir o pulsar intenso adrenalítico fluente em meu
ser.
Finquei
minhas raízes em meu novo berço. Crédula que meus sonhos seriam mágicos.
Do
meu ninho agora, perdido na cidade, deixo-me lânguida seguir o fluxo das luzes,
o emergir da vida, intensa, nervosa, brilhante e mágica.
A
cultura frenética e estonteante, embriaga e conduz nossos passos, ora como o
som dos bate-estacas, ferindo a Terra, fertilizando de concreto a cidade,
sangrando a alma... Ora como a entrada triunfante na avenida do maior show da
vida.
Não
há um só espaço nesta cidade, que não transpire a luta das conquistas, a
efervescência dos intelectuais, a inquietação dos artistas, a poesia dos
líricos, a revolta dos descontentes, o nervo exposto, a angústia dos sonhos
desfeitos, o olhar do fotógrafo, intensa orgia energética...
O
balanço das ondas, se confunde no ir e vir dos veículos, parando e seguindo nos
semáforos das grandes avenidas, pescando aventuras, resgatando almas sofridas.
O
ritmo da música é novo, caminha no trem das onze horas, alucinante, entorpecente...
E a
mulata agora samba na torrente das emoções, no pulsar dos tambores do meu coração vestido de SAMPA...
Titina Corso
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